Movimento do Comércio avança 0,9% em novembro

O indicador antecedente da Boa Vista de Movimento do Comércio, que acompanha o desempenho das vendas no varejo em todo o território nacional, registrou elevação de 0,9% entre os meses de outubro e novembro, na análise dos dados dessazonalizados, avançando pelo segundo mês consecutivo após recuar 0,7% em setembro.  

A média dessazonalizada do trimestre móvel encerrado em novembro ainda aponta leve queda de 0,1% na comparação com o trimestre encerrado em agosto. Por outro lado, na série de dados originais, a variação contra o mesmo período do ano passado aponta um crescimento de 3,8%.

Ainda considerando os dados originais, o indicador subiu 3,6% na comparação interanual e isso fez com que os resultados acumulados se mantivessem numa trajetória de crescimento acelerado. No ano a alta do indicador, que estava na marca de 1,0% até o mês de outubro, atingiu 1,3% com os dados de novembro e no acumulado em 12 meses o Movimento do Comércio se firmou de vez no campo positivo com alta de 0,6%.

Comércio varejista tem alta

Depois de um 3º trimestre, naturalmente, mais fraco, quando caiu 0,3% em comparação ao 2º trimestre do mesmo ano, o indicador tem antecipado uma melhora no varejo, ainda que, na margem, ela seja tímida. A expectativa é de que esse ritmo seja mantido em dezembro, de modo que o 4º trimestre deverá ser positivo em relação aos demais.

“O varejo está mais aquecido no 4º trimestre e esse período tem sido o motor do setor, que deixou para trás uma retração na análise de longo prazo, que começou em maio e se estendeu até setembro. A base de comparação não é forte, o que também ajuda a explicar essa melhora, mas há outros fatores tão importantes quanto este. O mercado de trabalho está mais aquecido, a taxa de desemprego vem caindo mês a mês, chegou a 8,3% em outubro de acordo com o IBGE e este é o menor nível de desemprego desde maio de 2015. A renda média real continuou melhorando e vale ressaltar que no final 3º trimestre ela já estava num nível médio acima daquele observado no 4º trimestre do ano passado. Ainda temos o pagamento da segunda parcela do 13º salário que, junto aos demais fatores, deve amenizar o impacto de uma inflação ainda elevada, além do impacto do aumento dos juros. O ano de 2022 deve se encerrar de forma positiva, mas o varejo também deve se preparar para os desafios que viram no próximo ano”, diz o economista da Boa Vista, Flávio Calife.

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